terça-feira, 7 de julho de 2009

Plano Real completa 15 anos e população comemora estabilidade da moeda

“Era um inferno”. Foi assim que definiu o microempresário Miguel Vasconcelos de 68, a situação que a economia brasileira vivia antes da implantação do Plano Real que completou 15 anos na última quarta-feira, dia 1º de julho. Hoje relembramos com tristeza as artimanhas utilizadas para escapar da inflação, que chegou a 916% em 1994. A situação atualmente é bem melhor, garante o senhor Miguel - a taxa de inflação, por exemplo, caiu para 4,20% neste ano -, mas alguns preços voltaram a subir.
“Há 15 anos, com apenas R$ 1,00 era possível comprar dez pães franceses ou dois litros de leite. Hoje, a caixa de leite não sai por menos de R$ 2,42 e R$ 1,00, compra-se apenas três pães” Comentou o microempresário.
O Advogado Manoel Assunção relembrou das dificuldades enfrentadas antes do Plano real. “A gente via uma mercadoria com até três preços diferentes por dia, tudo mudava de preço muito rápido. Não dava para fazer um equilíbrio dos gastos, a gente ganhava um salário defasado e as mercadorias subiam sem critério”, lembra o advogado, que hoje garante ter tranquilidade para planejar o orçamento familiar.
Os mais novos nem chegaram a conhecer o Cruzeiro Real, moeda anterior ao Plano Real, mas os aposentados contam suas histórias. É o caso de uma costureira Maria Bezerra, de 64 anos. “Para o salário aguentar o mês inteiro, a gente tinha de correr e estocar materiais de limpeza e alimentos, além de pagar no mesmo dia: água, luz, e telefone, senão não dava conta”, lembra.
Para se ter uma idéia do impacto positivo que o Plano gerou na vida dos trabalhadores brasileiros, no primeiro ano da implementação do Real, 29,7% das pessoas trabalhavam com carteira assinada. Esse número pulou para 35,7% em 2007, de acordo com a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Além disso, também houve uma queda no número de pessoas inseridas no mercado informal de trabalho, constata o gerente da PME, Cimar Azeredo, segundo a Agência Brasil. A desconcentração da renda também foi uma das consequências do novo plano, para Azeredo. Desde o seu lançamento, o índice Gini (que mede o grau de distribuição de renda) vem apresentando queda.

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