O sistema é o maior da região metropolitana de São Paulo, onde são tratados 33 mil litros de água por segundo e atendem 8,1 milhões de pessoas dos municípios de Franco da Rocha,Francisco Morato, Caieiras,Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul, além de parte dos municípios de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André, bem como as zonas Norte, Central e partes das zonas Leste e Oeste da capital. O sistema é formado pelos rios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Juqueri
Se a previsão do tempo se concretizar e fortes chuvas continuarem atingindo São Paulo, inúmeras cidades que estão próximas ao sistema Cantareira podem sofrer com alagamentos. De acordo com relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água da região metropolitana, opera no limite - com 97,5% da capacidade total de armazenamento. Com novas chuvas o reservatório deixará de segurar a água, aumentando drasticamente o nível dos rios e provocando enchentes. Segundo o superintendente de Produção de Água da Sabesp, Hélio Castro, desde 1999, não há uma situação como a que vem sendo enfrentada. Segundo Hélio Castro, as Represas Paiva Castro, Cachoeira e Atibainha estão acima dos níveis de segurança. “É como uma caixa-d água. Se entra mais água do que sai, ela vai acabar transbordando. Já foi feito trabalho com às comunidades que vivem às margens das represas. O Sistema Cantareira é extremamente importante, mas ele tem um limite para acumular a água das chuvas. De acordo com o registro da Sabesp, o índice de chuva acumulado em janeiro é de 149,6 milímetros (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado), sendo que a média história deste mês é de 255,9 milímetros. Para se ter uma ideia desse volume das chuvas, a Represa Atibainha chegou a receber na semana passada de 33 a 70 metros cúbicos de água por segundo - enquanto isso, a Sabesp só conseguiu fazer o descarregamento de 14 metros cúbicos por segundo. Essa operação de descarregamento, essencial para a segurança do sistema, é feita com monitoramento diário a fim de evitar enchentes. Em Caieiras, a prefeitura convocou uma reunião com o secretariado na segunda-feira dia 11 para montar uma comissão para atuar no caso de emergência. Segundo o prefeito da cidade Dr. Roberto Hamamoto, a população não precisa entrar em pânico, no entanto todos devem estar alerta para uma situação emergencial que pode acontecer. “No caso de enchentes, estamos montando uma comissão que será encarregada de avisar os moradores e ajudar na evacuação das áreas de risco, também estamos preparando ginásio esportivos providos de chuveiro e cozinha para uma eventualidade, alem de espaços para abrigar os desalojados”. Comentou o prefeito. A Defesa Civil da cidade deverá começar a receber reforços de equipamentos e materiais nos próximos dias. Segundo o prefeito, cinco bairros de Caieiras correm risco no caso de elevação do nível do Rio Juqueri - Serpa, Jardim São Francisco, Centro, Praça da Emancipação e Companhia Melhoramentos. A assessoria de imprensa da prefeitura não soube precisar quantas famílias correm risco com as enchentes. As prefeituras de Mairiporã e de Nazaré Paulista informaram que, mesmo em caso de transbordamento das represas, as cidades não seriam afetadas, e que não há riscos de inundação. A Prefeitura de Bragança Paulista, a 85 quilômetros de São Paulo, afirma que a Defesa Civil do município já está atuando para eventuais enchentes. Escolas e ginásios estariam preparados para receber desabrigados e os pontos críticos estão sendo monitorados. Moradores dessas regiões já teriam recebido orientação do que fazer em caso de enchente. A administração de Franco da Rocha, também se diz preparada para uma eventualidade. As fortes chuvas que caíram na cidade em dezembro serviram de teste para a estrutura montada para socorrer as vítimas das enchentes.